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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Metal: nomes do gênero que assumiram ser cristãos

O Heavy Metal e as suas vertentes possuem uma certa fama anti-cristã (exceto o Black Metal que afirma ser influenciado pela ideologia satanista e o White Metal que é considerado uma espécie de Metal Gospel), mas no geral quando se ouve o termo "Metal" vem à cabeça um gênero fortemente brutal inspirado pelas "forças ocultas do demônio". Não se sabe exatamente a origem deste pensamento, talvéz se deve à agressividade do gênero, que foi uma novidade no cenário musical da época em que surgiu, ou letras de algumas bandas que são explícitas ou até mesmo implícita sobre o tema da religião cristã, ou também pelo visual dos integrantes ou pelo simples ditado: "O diabo é o pai do Rock!". Mas há grandes astros do gênero que afirmam serem cristãos, católicos ou evangélicos, mesmo possuindo uma certa fama considerada pejorativa. Vamos conferir alguns:

1. Dave Mustaine

O primeiro da lista não podia ser nada mais ou nada menos que Dave Mustaine (Megadeth) que após anos se envolvendo com drogas (o que levou a sua expulsão do Metallica) e se metendo em confusões, decidiu se converter à fé cristã e chegou até mesmo a ser batizado novamente no ano de 2004, o que o fez até parar de tocar algumas músicas do Megadeth com letras mais "sombrias" como "The Conjuring". Em sua própria autobiografia ele relata a sua jornada espiritual e alega que teve momentos difíceis por assumir ser cristão. Uma última curiosidade: em maio de 2005, Mustaine cancelou dois show na Grécia e um em Israel, pois se negou a subir ao palco com bandas de Black Metal, que utilizavam muitas referências Anti-Cristo em suas letras.


2. David Ellefson

Outro membro do Megadeth que assume a sua fé cristã é o baixista David Ellefson. “Eu percebi que minha fé no cristianismo é honesta e verdadeira, e não apenas para diversão e distração. Ser um cristão e um roqueiro não são duas coisas totalmente opostas. Algumas pessoas saem de uma para crer em outra, mas para mim, as duas trabalham muito bem juntas. Quando você quer começar a ser honesto e crer em si mesmo, você perseguirá as virtudes que o Senhor colocou em você”, afirma Ellefson em uma entrevista.


3. Marty Friedman

Não é à toa que muitos dizem que o Megadeth se tornou uma banda cristã. Outro que também se considera cristão é o ex-guitarrista Marty Friedman que esteve presente no Megadeth no ano de 1990. Ele tocou por um bom tempo com a banda Cristã Tourniquet na gravação do "Where Moth and Rust Destroy", tido como o melhor álbum deles. Sua saída do Megadeth foi devido a sua própria decisão de rumo de carreira.


4. Ozzy Osbourne

Mesmo considerado como o "Princípe das Trevas", Ozzy Osbourne considera-se católico apesar de ter um Buda completamente de ouro em sua casa, que deu de presente para sua mulher Sharon, que se considera budista. Também não se pode esquecer de algumas de suas atitudes de um "bom cristão", como por exemplo dando seu colar com crucifixo, no valor de nada menos que 3.000 libras (em torno de 8.000 reais) a um pedinte, e o pedindo para que rezasse por um futuro melhor. Para quem costuma ser chamado de ‘príncipe das trevas’, esta foi uma atitude bastante cristã.


5. Nicko McBrain

O baterista da mais famosa banda de Heavy Metal, Iron Maiden, converteu-se em 1999 na companhia da sua esposa cristã Rebecca, na igreja de Spanish River perto da sua casa em Boca Raton (Flórida). Segundo relatos do próprio, a sua esposa orava por ele há bastante tempo e ao entrarem os dois na igreja, Michael teria chorado e ouvido um chamamento. Em depoimentos posteriores, disse: "Sentei-me a pensar, 'não bebi nada ontem, porque não consigo manter-me de pé?'" e "'Eu tinha uma fervente relação com Jesus a acontecer no meu coração".


6. Alice Cooper

Conhecido pela sua performance de palco e seus cenários e visuais macabros, Alice Cooper se considera cristão, e afirma: "Eu sou um cristão normal". “Leio a Bíblia de manhã e à noite. E dou aulas de cristianismo, às vezes”, diz Cooper. Em 2007, Alice Cooper abriu um centro cristão para jovens na cidade de Phoenix, viabilizando o projeto com cerca de US$ 2 milhões.


7. Dan Spitz

O ex-guitarrista da lendária banda norte-americana Anthrax é outro do gênero que se converteu após a sua saída do grupo, mas por que a sua saída? Porque um dos membros fundadores que criaram um gênero musical inteiro parte para o isolamento levando suas habilidades de compôr com ele; doando 53 guitarras e deixando a si mesmo sem nada. Descubra a resposta no que Dan nos contou no Cornerstone: "Isso não foi simplesmente um caminho viável para viver depois da mudança de 5 mil anos da pura e antiga linhagem sanguínea judaica ortodoxa para se tornar um cristão como aconteceu na minha vida. Eu ainda tentei voltar atrás algumas poucas vezes. Eu me encontrei em completa desilusão e caí profundamente do abismo do inferno. Se compor música, na próxima vez, for usar meus talentos dados e abençoados por Deus, certamente isso não seria para a glória do lado errado. Esteja pronto para um novo som, para um novo propósito, e para todas as tropas estabelecidas nas trincheiras da guerra para abraçar um nova missão.


8. Brian Head

O fundador e ex-guitarrista da banda Korn anunciou numa rádio dos Estados Unidos sua saída do grupo após converter-se ao Cristianismo, notícia confirmada pela banda logo após. Após perder a sua esposa devido às drogas, Brian decidiu dedicar-se mais a sua filha e à religião, mas segue em carreira solo. "It's Time Too See Religion Die" é o nome do álbum solo do músico.


9. Reginald Arvizu Fieldy

Outro membro do Korn que se converteu ao cristianismo foi o baixista Reginald Arvizu "Fieldy", que era conhecido pela sua paixão pelo álcool, mas se converteu aproximandamente há 3 anos, e afirma que estar muito feliz pois lembra de tudo que aconteceu do início desse período para cá.


10. Michael Kiske

Em 1994, ano de sua saída do Helloween, correu um boato que o ex-vocalista Michael Kiske tinha se convertido ao cristianismo. E ele se "mostrou" cristão após publicar um nota em sua página do Myspace na qual mostrava o seu repúdio ao Satanismo. “De tempos em tempos recebo pedidos para serem meus ''amigos'' de pessoas com perfis muito estranhos. E antes de eu ou Jutta (responsável pelo site) decidirmos a quem aceitar ou negar, nós os checamos primeiro, e se encontrarmos neles qualquer forma de brutalidade, satanismo, porcarias glorificando o mal, pornografia ou algo do gênero, eles simplesmente não podem ser meus amigos. Isso está muito longe de quem eu sou e do que eu quero me conectar. Alguns músicos e bandas aceitam todo mundo – quanto mais, melhor – mas para mim é muito mais importante quem será membro de uma coisa chamada 'Amigos do Kiske' e não quantos serão. Todo mundo que sabe quem eu sou e como eu penso entenderão isso perfeitamente”.
“Eu sei que algumas dessas pessoas simplesmente não sabem o que estão fazendo e com o que estão lidando, e para alguns isso é só 'coisa de criança'. E outras pessoas ainda não conseguem entender porque eu levo essas coisas a sério; bem, porque elas são! Mas eu também sei muito bem, que o materialismo não respeita mais nenhuma moral. Mas eu não sou materialista; sou um Cristão (de nenhuma igreja), e não quero NENHUM site oficial meu como plataforma para essa doença que é o Satanismo! Eu definitivamente não sou amigo de pessoas que servem o Anticristo. Não estamos do mesmo lado! - JESUS CRISTO para sempre”!




Retirado do Wiplash dia 29/07/2011

Videoclipes: Red

Música: Breath Into Me
Álbum: End of Silence



Música: Let Go
Álbum: End of Silence


Música: Already Over
Álbum: End of Silence




Música: Ordinary World
Álbum: Innocence And Instinct



Música: Feed The Machine
Álbum: Until We Have Faces


Música: Lie To Me
Álbum: Until We Have Faces

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Análise de Felipe Rodrigues Lima para o Super Gospel sobre o CD Until We Have Faces (Red)


Gritos, loops, orquestras, guitarras guturais, riffs fatiados e muita adrenalina. Essa é a linha seguida (novamente) pela banda RED em seu terceiro álbum Until We Have Faces, que chega trazendo as mesmas impressões que fizeram a banda conhecida internacionalmente. 

Não falo das “mesmas impressões” negativamente, até porque curto muito essa pegada, mas ao ouvir várias vezes o álbum tive a impressão de estar escutando uma continuação do segundo álbum “Innocence and Instinct”. 

Inovar ou manter-se fiel ao estilo? Bem, cabe a cada um ouvir e sentir a necessidade. Ofereço aqui minha humilde contribuição na análise deste álbum e trazendo impressões pessoais, mas as mais democráticas possíveis! (será possível? rsrsrs) 

Minha primeira observação foi quanto o projeto gráfico. A capa é instigante e criativa (experimente ouvir a música “Feed The Machine” olhando pra capa e arrepie-se). Minha severa crítica é quanto as letras do encarte. É Impossível ler aquelas letras vermelhas sob um fundo vermelho e não sentir incômodos nos olhos! Fiz um esforço tremendo para conseguir manter o foco em uma única música, mas logo desisti. Preferi ler as letras na internet! Meus olhos até choraram em agradecimento! 

A pancada começa com Feed The Machine (alimente a máquina) com os seus tradicionais loops abrindo o cenário para que Michael Barnes rasgasse a guela em seus gritos guturais para a introdução pulsante. Sempre achei muito vibrante a sincronia das guitarras, bateria e o naipe de cordas nas músicas do RED. Nessa música não foi diferent. No final da canção, pode-se perceber a mudança de tom para criar um clima denso com o naipe de cordas e com coral encerrando a canção. O clipe dessa música ficou sensacional. Tem um roteiro que nos dá o entendimento da música, mesmo sem saber a tradução toda. Muito rock mesmo! 

Faceless (sem face) traz uma abertura de guitarra semelhante a uma música do Linkin Park, que por sinal, é uma das bandas a qual RED bebeu na fonte de balde. Umas das minhas preferidas do repertório. Mantém a densidade, mas com um toque mais light (leia-se comercial). O segundo refrão dá uma fatiada nos riffs animal. Poderia figurar muito bem como trilha sonora de algum personagem da safra de filmes de super-heróis (alô, Hollywood!). 

Lie to me (minta pra mim) tem uma introdução com muito peso e os tradicionalíssimos loops usados à exaustão pela banda. No meu ponto de vista, tem uma pegada mais comercial também. Possui outro clipe de muito bom gosto, focando mais na performance do grupo. Uma das marcantes do disco. Certamente pra figurar entre o topo! 

Let It Burn (deixe queimar) é a minha segunda preferida do setlist. Tem uma melodia extremamente gostosa de ouvir, com pesos comedidos pelo romantismo da harmonia. O que dá um toque especial na música é um backing feminino no momento da ponte. Certamente, uma das melhores. 

Buried Beneath (enterrado) é o que eu chamaria de uma ponte entre uma boa música (Let It Burn) e uma excelente música (Not Alone) até traduzir a letra da canção. “Pensei que eu estava subindo/ Mas me arrastei para baixo / O que está sentado aqui comigo /Eu pensava que estava só /Mas ele me puxa mais /Agora eu posso escapar”. Fica muito claro uma declaração de que alguém nos tira do buraco que estamos enterrados e nos dá uma nova vida. Alguma dúvida de quem seja? 

Not Alone (Não está só) foi a música que fez meu cd furar. Ouvi essa música centenas de vezes só na primeira vez que ouvi álbum. Em termos de letra e melodia é a mais completa. É como se sentisse toda a banda colocando o coração e a alma nessa música. Além de uma levada cativante, tem uma composição fortíssima. A letra dessa música fará qualquer pessoa que está triste com a vida chorar e olhar para o Mestre com outros olhos. “Eu estou com você/Vou levá-la através de tudo/Eu não vou te deixar/Eu vou te alcançar quando estiver vontade de desistir/Porque você não está/Você não está sozinha”. Nota 10! 

Watch you Crawl (Te ver rastejar) puxa a segunda parte pesada do repertório . É uma música de guerra, de desafio “Eu vou lutar até o fim/estou pronto pra colidir”. Tem uma harmonia no coro da música diferente do que o RED está habituado a fazer, mas nada que descaracterize o som da banda. Entra no rol das música “normais” do disco, aquelas que não são as marcantes, mas tem seus méritos para estarem no álbum. 

The Outside (do lado de fora) tem uma melodia (no coro) que me lembrou muito a música “Faint” do Linkin Park. Uma boa canção. Não é uma das minhas preferidas (neste parte das faixas, “Watch you Crawl” é a melhor) mas dá pra escutar sem franzir a testar. 

Who We Are (Quem nós somos), musicalmente falando, é a que eu não gostei. Introdução da música com um vibrato magro na guitarra entrando em um ritmo bate-estaca, o que não é muito a cara do RED. Mas achei interessantíssima a letra desta música! Mostra que, apesar das expressões de truculentos das fotos do encante do CD, eles estão com a bíblia encravada na poesia da letra: “Nós nunca vamos morrer/perderemos essa vida/sabendo que estamos vivos...Isso é o que nós somos, somos Imortais”. Uma paráfrase de Mateus 16:25. 

Best Is Yet To Come (O melhor está por vir) começa a amenizar o clima para o encerramento da gravação. Fiquei na dúvida se a música falava sobre relacionamentos amorosos ou espirituais. Bem, neste caso (como falei no começo), vai da necessidade. Mas a música em si é boa. É uma balada sem muitas novidades, mas que segura a onda. 

Hymn For The Missing (Hino para o perdido) fecha o disco. A banda segue o que foi feito nos trabalhos anteriores, encerrando o álbum com uma música mais reflexiva e intimista, na maioria piano, voz e cordas (embora “already over” do álbum “End of Silence” tinha um violão suave e “take it all away” do álbum “Innocence and Instinc”t era um pouco mais intensa e com uma quebradeira pesada ao final da música). A música traz uma bela construção poética e musical, casando perfeitamente com a voz de Michael Barnes. A música de fato nós faz olhar para nossa insensibilidade de muitas vezes fazermos vistas grossas para os perdidos e dá o toque de classe ao fechamento da gravação. 

O que pude perceber nesta análise é que as letras são muito interrogativas. Segundo o Wikipédia, esse álbum foi inspirado no livro “Till we have faces” do escritor C.S.Lewis, o que poderia explicar o sentido questionador do CD. 

Quase em sua maioria, o coro enveredava para uma interrogação, o que é uma grande estratégia para que o ouvinte comece a pensar nas questões indagadas nas canções, que passam a martelar lá no subconsciente com o teor evangelístico que levam. 

Certamente, RED tem acertado em mesclar a palavra com poesia e vesti-las com o doce som do rock!